Pacientes com espondiloartrite axial, que acomete a coluna vertebral, são frequentemente acometidos pela fibromialgia, que piora o impacto da doença na sua qualidade de vida.
Embora a saúde física e psicológica seja afetada, a presença de fibromialgia, não afetou os níveis de inflamação, ou a maioria dos sintomas da doença não relacionados à coluna vertebral.
O estudo, “A coocorrência de espondiloartrites e fibromialgia axial: resultados de um registro nacional (BSRBR-AS)”, foi apresentado no Meeting of Rheumatology 2017, realizado de 25 a 27 de abril em Birmingham, Inglaterra.
A espondiloartrite axial é uma condição na qual a inflamação na coluna faz com que algumas vértebras se fundam, levando o paciente a uma postura encurvada.
Ao contrário da fibromialgia, a doença é mais comum em homens.
Os médicos observaram que a fibromialgia às vezes aparece entre esses pacientes, até o momento as duas condições não faziam parte de um estudo comum.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, recrutou pacientes da Sociedade Britânica de Registro de Reumatologia Biológica para Espondilite Anquilosante (BSRBR-AS).
Desde 2015, pacientes incluídos no registro também são examinados para fibromialgia.
Dos 886 pacientes incluídos no estudo, 69% eram homens e 17,7%, ou um em cada seis, foram diagnosticados com fibromialgia.
Os pacientes incluídos tinham iniciado recentemente o tratamento com anticorpos contra o fator de necrose tumoral (TNF), para fazer o trabalho de inflamação, ou que nunca haviam usado qualquer medicamento biológico.
Aqueles com espondiloartrite axial e fibromialgia tiveram maior pontuação na avaliação da gravidade e no impacto da condição medular.
Eles também eram mais propensos a ter ansiedade, depressão e fadiga significativa.
Além disso, obtiveram escores mais baixos nas medidas em termos de qualidade de vida.
Enquanto apenas 3% dos pacientes com espondiloartrite axial, declararam que estar ausente do trabalho foi o resultado de sua condição, 17% das pessoas com ambas as condições relataram absenteísmo.
Quando trabalham, 52% daqueles com fibromialgia disseram que seu trabalho se deteriorou aproximadamente pela metade.
Em contraste, o número de pacientes com espondiloartrite sem fibromialgia foi de 23%, na mesma situação.
Os níveis de proteína C-reativa – um marcador de inflamação – foram semelhantes nos dois grupos de pacientes.
O único sintoma não espinal, que era mais comum entre aqueles que tinham fibromialgia, era o inchaço das articulações.